terça-feira, abril 22, 2008

PIPOCA OU PIRUÁ?

Espero que você conheça aquele texto do Rubem Alves que descreve a transformação do milho de pipoca (“A pipoca”, em “O amor que acende a lua”). As mudanças que sofre quando aquecido e suas duas possibilidades: manter-se duro e resultar em um piruá ou então se transformar em pipoca.
Pois bem, nesse texto podemos nos comparar a esse milho que devido às pressões e desafios da vida é levado a se transformar. O fogo na panela pode ser qualquer dificuldade que encontramos ao longo da vida. Dor, adoecimento, separações, perdas. Das menores às mais insuportáveis tribulações que enfrentamos ao longo da vida.
No entanto, o milho de pipoca não deve ser o que é. Não foi feito para isso. Ele deve ser aquilo que é depois do estouro. Ou o piruá no fundo da panela ou a macia pipoca. Resultados do fogo, da pressão. Assim como o milho, nós também temos as duas opções.
Existem aquelas pessoas que mesmo diante de grandes provações resistem em mudar. Permanecem do mesmo jeito que sempre foram. Como o milho que endureceu sua casca e não se permite “estourar”, essas pessoas por certos motivos não possibilitam mostrar seus conteúdos internos e transformá-los através da “explosão”.
Os motivos podem variar muito entre medo de mudar ou de encarar o desconhecido, a falta de autoconhecimento ou mesmo a prepotência...
Por outro lado existem aqueles que estando diante dos obstáculos da vida se transformam e se adaptam. Os problemas externos (crise, morte, perdas) ou os internos (depressão, ansiedade, pânico) os levam a mudar. Transformação e renovação, muitas vezes mostrando um resultado inacreditável. Inúmeras pessoas se surpreendem com seus próprios resultados, com suas mudanças. Descobrem-se mais fortes, mais independentes, diferentes.
Observando por essa perspectiva as dificuldades e problemas que a vida nos coloca são na verdade oportunidades. Possibilidades de crescimento, desenvolvimento, descobertas para aqueles que optam por esse caminho. Ao invés de reclamarmos dos problemas ou nos limitarmos a sofrer, unicamente pelo simples fato de sofrer, temos a possibilidade de nos transformar.
Assim como a pipoca é o milho que usufruiu de seu potencial e soube se desenvolver, somos melhores quando nos permitimos desenvolver a partir dos obstáculos enfrentados.
E mais: caso não tivéssemos nenhuma dificuldade a superar ao longo da vida provavelmente nunca teríamos nos desenvolvido. Se o fogo não atingisse a panela o milho ainda seria um milho... O crescimento é resultado dessa transformação. É preciso perceber as oportunidades diante dos obstáculos. Ampliar nosso campo de visão.
Mais uma vez uma decisão própria. Ou a mudança/desenvolvimento da pipoca ou a mesmice do piruá. Ou a melhoria, o crescimento e a descoberta ou a zona de conforto, a rigidez, a estabilidade. E você, o que quer ser? Pipoca ou piruá?

sexta-feira, abril 11, 2008

TUBARÕES DE NOSSA VIDA


Nos últimos dias recebi uma história dizendo que os japoneses sempre adoraram peixe fresco. No entanto as águas perto do Japão não produzem muitos peixes há décadas. Assim, os japoneses aumentaram o tamanho dos navios pesqueiros e começaram a pescar mais longe do que nunca.
Quanto mais longe os pescadores iam, mais tempo levava para o peixe chegar. Se a viagem de volta levasse mais do que alguns dias, o peixe já não era mais fresco. E os japoneses não gostaram do gosto destes peixes.
Para resolver este problema as empresas de pesca instalaram congeladores em seus barcos. Eles pescavam e congelavam os peixes em alto-mar. Entretanto, conseguiram notar a diferença entre peixe fresco e peixe congelado, e é claro, eles não gostaram do peixe congelado.
Entretanto, o peixe congelado tornou os preços mais baixos. Então as empresas de pesca instalaram tanques de peixe nos navios pesqueiros. Eles podiam pescar eenfiar esses peixes nos tanques, "como sardinhas". Depois de certo tempo, pelafalta de espaço, eles paravam de se debater e não se moviam mais. Eles chegavamcansados e abatidos, porém, vivos. Infelizmente, os japoneses ainda podiam notara diferença do gosto. Por não se mexerem por dias, os peixes perdiam o gosto defrescor. Os japoneses preferiam o gosto de peixe fresco e não o gosto de peixeapático.
Ao que parece, eles estavam sempre diante de obstáculos para resolver... Provavelmente agora não teriam mais o que fazer... Parecia que à medida que superavam alguma dificuldade, outra maior aparecia...
Diante dessa realidade, as empresas de pesca japonesas continuaram colocando os peixes dentro de tanques. Mas também adicionam um pequenotubarão em cada tanque. O tubarão come alguns peixes, mas a maioria dos peixeschega "muito vivo". Os peixes são desafiados.
Quando as pessoas atingem seus objetivos tais como quando encontram um relacionamento que tanto buscavam, começam com sucesso numa empresa nova, pagam todas suas dívidas ou o que quer que seja, elas podem perder as suas paixões. Podem começar a pensar que não precisam mais trabalhar tanto, entãorelaxam. Chegaram onde queriam.
Querem descansar um pouco de tantos obstáculos. Mas sabemos bem que os obstáculos nunca param de aparecer enquanto estivermos vivos e quisermos crescer, desenvolver. São essenciais para nosso desenvolvimento. A superação gera o crescimento.
Sendo assim, não tenha medo dos obstáculos. Ao invés de evitar desafios, pule dentro deles. Se seus desafios são muito grandes e numerosos, não desista. Se reorganize! Busque mais determinação, mais conhecimento e mais ajuda. Se você alcançou seus sonhos, coloque objetivos maiores. Ouse em seus sonhos e não pare nunca. Crie seu sucesso pessoal e não se acomode nele.
Você tem recursos, habilidades e destrezas para fazer diferença. Seja criativo. Encare os problemas como oportunidades de crescimento. Coloque um tubarão no seu tanque e veja quão longe você realmente pode chegar.

"O homem progride, estranhamente, somente perante a um ambiente desafiador".

(L. Ron Hubbard)