quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Pipoca


Utilizo o texto que escrevi anos atrás (tempos bons da coluna no Jornal Patrocínio Hoje) comentando Rubem Alves, para ilustrar bem meus dias atuais...



Espero que você conheça aquele texto que descreve a transformação do milho de pipoca. As mudanças que sofre quando aquecido e suas duas possibilidades: manter-se duro e resultar em um piruá ou então se transformar em pipoca.
Pois bem, nesse texto podemos nos comparar a esse milho que devido às pressões e desafios da vida é levado a se transformar. O fogo na panela pode ser qualquer dificuldade que encontramos ao longo da vida. Dor, adoecimento, separações, perdas. Das menores às mais insuportáveis tribulações que enfrentamos ao longo da vida.
No entanto, o milho de pipoca não deve ser o que é. Não foi feito para isso. Ele deve ser aquilo que é depois do estouro. Ou o piruá no fundo da panela ou a macia pipoca. Resultados do fogo, da pressão. Assim como o milho, nós também temos as duas opções.
Existem aquelas pessoas que mesmo diante de grandes provações resistem em mudar. Permanecem do mesmo jeito que sempre foram. Como o milho que endureceu sua casca e não se permite “estourar”, essas pessoas por certos motivos não possibilitam mostrar seus conteúdos internos e transformá-los através da “explosão”.
Os motivos podem variar muito entre medo de mudar ou de encarar o desconhecido, a falta de autoconhecimento ou mesmo a prepotência...
Por outro lado existem aqueles que estando diante dos obstáculos da vida se transformam e se adaptam. Os problemas externos (crise, morte, perdas) ou os internos (depressão, ansiedade, pânico) os levam a mudar. Transformação e renovação, muitas vezes mostrando um resultado inacreditável. Inúmeras pessoas se surpreendem com seus próprios resultados, com suas mudanças. Descobrem-se mais fortes, mais independentes, diferentes.
Observando por essa perspectiva as dificuldades e problemas que a vida nos coloca são na verdade oportunidades. Possibilidades de crescimento, desenvolvimento, descobertas para aqueles que optam por esse caminho. Ao invés de reclamarmos dos problemas ou nos limitarmos a sofrer, unicamente pelo simples fato de sofrer, temos a possibilidade de nos transformar.
Assim como a pipoca é o milho que usufruiu de seu potencial e soube se desenvolver, somos melhores quando nos permitimos desenvolver a partir dos obstáculos enfrentados.
E mais: caso não tivéssemos nenhuma dificuldade a superar ao longo da vida provavelmente nunca teríamos nos desenvolvido. Se o fogo não atingisse a panela o milho ainda seria um milho... O crescimento é resultado dessa transformação. É preciso perceber as oportunidades diante dos obstáculos. Ampliar nosso campo de visão.
Mais uma vez uma decisão própria. Ou a mudança/desenvolvimento da pipoca ou a mesmice do piruá. Ou a melhoria, o crescimento e a descoberta ou a zona de conforto, a rigidez, a estabilidade.
E você, o que quer ser? Pipoca ou piruá?

Que eu consiga mesmo me tornar pipoca... Agora mais do que nunca...

Um comentário:

Cassia disse...

ainda bem q o blog voltou! :-)